top of page
duotone (18).png

Blog 

ree

O predomínio do Google não se explica apenas por “ter o melhor buscador”, mas por uma arquitetura de plataforma que costura serviços essenciais — busca, Android, Chrome, YouTube, Maps, Gmail — em uma infraestrutura de vida digital. Em economia, isso se descreve como mercados de dois lados com fortes efeitos de rede: quanto mais usuários e anunciantes aderem, mais útil o ecossistema se torna, retroalimentando adoção e dados. (OUP Academic)


Os números mostram a escala: o Google concentra ~90% da busca global (todas as plataformas), o Chrome supera 70% do uso de navegadores, e o Android domina o mobile com algo em torno de 72–74% de participação. Cada ponto de contato vira porta de entrada para o restante do ecossistema — do login ao pagamento — reforçando lock-in e custos de troca. (StatCounter Global Stats)


Na sociologia das mídias, pesquisadores falam em “plataformização” e “infraestruturalização”: plataformas deixam de ser “um site” e passam a operar como infraestruturas sobre as quais outros atores dependem — caso emblemático de Google Maps, que converte participação e rastros digitais em uma base cartográfica contínua, ao mesmo tempo participativa e recentralizada pela corporação. (IJOC)


ree

Do ponto de vista da comunicação, a teoria dos usos e gratificações ajuda a entender por que públicos qualificados escolhem produtos Google: utilidade imediata (navegar, trabalhar, deslocar, aprender) e redução de atrito (conta única, integrações, recomendações). A massividade do YouTube — plataforma usada pela ampla maioria dos adultos e principal entre jovens — ilustra como informação, entretenimento e notícia se fundem num mesmo ambiente algorítmico. (Wikipedia)


ree

Essa hegemonia, porém, é política e regulatória: na Europa, mudanças no desenho das páginas de resultados e nos privilégios a verticais próprios (Shopping, Hotels, Flights) mostram que o poder de intermediação está sob escrutínio. Ao mesmo tempo, o avanço de buscadores/IA e navegadores “agentizados” pressiona o status quo. (Reuters)


Em síntese, o Google amplia sua posição porque combina escala técnica, efeitos de rede, conveniência de ecossistema e a capacidade de se tornar infraestrutura cotidiana. Entender essa trama — e seus trade-offs de concorrência e governança — é crucial para formuladores de políticas, marcas e usuários que desejam aproveitar o valor prático sem abrir mão de pluralidade informacional e autonomia.


Na União Europeia, a hegemonia do Google está sob teste regulatório. Após a decisão do caso Shopping (2017), que condenou o self-preferencing do Google ao favorecer seu comparador nas páginas de busca, a Comissão Europeia passou a aplicar a DMA (Digital Markets Act) para coibir vantagens a verticais próprios — Shopping, Hotels e Flights — e abriu novas frentes de investigação em 2024/2025.

Em resposta, o Google vem redesenhando a SERP (Search Engine Results Page ou, no bom português, “página de resultados do mecanismo de busca”) na Europa: criou unidades “igualmente formatadas” para dar mais destaque a sites de comparação e fornecedores, testou resultados de “dez links azuis” para buscas de hotéis em países da UE e removeu recursos como mapas e widgets interativos em alguns testes — mudanças que afetam o tráfego de hotéis, OTAs e comparadores e explicitam o poder de intermediação do buscador.


Essas alterações seguem em negociação com Bruxelas e podem render multas de até 10% da receita global por descumprimento da DMA. (PMC)


ree

Ao mesmo tempo, a “pressão competitiva” vem do avanço de buscadores com IA e de navegadores agentizados, capazes de executar tarefas e navegar por sites “em nome do usuário”. Exemplos incluem o lançamento do Neon (Opera) e iniciativas do próprio Google, como o Project Mariner, que automatiza comparações, formulários e compras no navegador, apontando para uma web em que agentes decidem rotas de informação e conversão — um cenário que redefine distribuição de tráfego e obriga plataformas a reavaliar seus desenhos de produto. (Reuters) Para fornecedores e entidades setoriais, isso tem efeito direto: quem depende de discovery orgânico ou pago precisa diversificar canais e qualificar conteúdo.


ree

Nesse contexto, o Portal do Hoteleiro — solução de Marketing Digital (DMS) da ABIH-SP, com website integrado ao website da entidade empresarial representativa dos hoteleiros (www.abihsp.com.br), LinkedIn, Instagram, YouTube, E-mail e WhatsApp, entre outros— funciona como camada própria de audiência: entrega informação, treinamentos e notícias sob demanda para profissionais da hotelaria, mitiga riscos de mudanças na SERP e nos agentes de IA, e cria relações de primeira parte (1P) que preservam alcance e relevância do setor, mesmo quando as regras do buscador mudam.


Em outras palavras, enquanto a Europa questiona como o Google deve apresentar hotéis e voos, o Portal do Hoteleiro se posiciona como infraestrutura editorial e de distribuição da hotelaria paulista, protegendo presença, dados e narrativa do trade.

 rado ao website da entidade empresarial representativad///, LinkedIn, Instagram. YouTub, E-mail e WhatsApp, entre outros— funciona como camada própria de audiência: entrega informação, treinamentos e notícias sob demanda para profissionais da hotelaria, mitiga riscos de mudanças na  






 
 
 
Contar com o apoio de uma associação fortalece a atuação do hotel independente e traz ganhos para todo o setor, principalmente em termos de acesso a ferramentas e a conhecimento | Crédito: Freepik
Contar com o apoio de uma associação fortalece a atuação do hotel independente e traz ganhos para todo o setor, principalmente em termos de acesso a ferramentas e a conhecimento | Crédito: Freepik

*Artigo assinado por Luiz Henrique Miranda, diretor-executivo da Agência AMIgo!*


A pergunta é direta: como o associativismo ajuda um hotel independente a reduzir custos e a ganhar competitividade? A boa notícia é que a resposta também é objetiva. O que se vê, na prática, é que essa organização coletiva traz ganhos em diferentes frentes: dos processos de compras à modernização tecnológica (destaque para o retrofit tecnológico), passando ainda por gestão, marketing e controle de estoque.


Mais do que dividir custos ou negociar em conjunto, o associativismo se enquadra como um facilitador para o hotel independente, já que favorece o acesso a ferramentas, processos e oportunidades de mercado, além de fortalecer e estimular a troca de experiências. Tudo isso se traduz em eficiência operacional acentuada e em um aprimoramento do serviço prestado ao hóspede, como você vai ver a seguir.


6 pontos em que o associativismo beneficia o hotel independente

1) Compras em rede que viram resultado

Olhar com atenção para as áreas de Compras e Procurement, aprimorando e padronizando processos e fluxos de trabalho, é uma maneira de zelar pela excelência em um hotel independente | Crédito: Freepik
Olhar com atenção para as áreas de Compras e Procurement, aprimorando e padronizando processos e fluxos de trabalho, é uma maneira de zelar pela excelência em um hotel independente | Crédito: Freepik

Centrais de compras e processos padronizados (RFI/RFP, homologação, contratos e SLA) dão escala, ampliam o poder de barganha e diminuem rupturas. Quando a associação adota plataformas digitais e integra estoque-compras-fornecedores, os erros caem e o spend – isto é, o volume total de gastos com compras – fica visível. Estudos citados pelo Portal mostram que a digitalização pode reduzir custos operacionais em até 20%, gerando impacto imediato no GOP (lucro operacional bruto) do hotel independente.


2) Retrofit tecnológico como programa coletivo

Ações conjuntas de retrofit – iluminação, climatização, automação, conectividade e eficiência energética – encurtam o período de retorno do investimento, elevam a experiência do hóspede e liberam a equipe de atividades repetitivas, como lançamento manual de pedidos e conferência de quartos, abrindo espaço para aquilo que realmente importa: atender e servir melhor. Em rede, a negociação com fornecedores se potencializa e a implantação ganha método e velocidade.


3) Inteligência de dados e métricas comuns


A troca de experiências entre diferentes profissionais é, de longe, um dos principais ganhos que o associativismo leva para o hotel independente, descortinando novos pontos de vista e expertises | Crédito: Freepik
A troca de experiências entre diferentes profissionais é, de longe, um dos principais ganhos que o associativismo leva para o hotel independente, descortinando novos pontos de vista e expertises | Crédito: Freepik

Uma das grandes vantagens do associativismo é poder se comparar e aprender com outros hotéis – sejam eles independentes ou não. Entre outros aspectos, dá para analisar o consumo de energia e água, o uso de amenities, a aderência do cardápio à demanda e os padrões de serviço em áreas-chave, como manutenção e housekeeping. Ao utilizar métricas comuns para todos, comitês técnicos e auditorias cruzadas evitam desperdícios, driblam falhas e orientam o chamado capex, ou seja, os investimentos em melhorias estruturais e equipamentos.


4) Qualificação contínua e governança

Ter o respaldo de um calendário unificado de treinamentos para áreas estratégicas – a exemplo de compras, estoque, recepção, A&B e manutenção – contribui para que o hotel independente entregue excelência em todas as esferas. Além disso, contar com um código de conduta para fornecedores desenvolvido pela rede assegura qualidade, ética e transparência nas parcerias comerciais, minimizando riscos, aumentando a conformidade com normas internas e externas e somando pontos à reputação coletiva. O resultado é uma operação mais profissional, equipes preparadas e uma marca coletiva que protege e valoriza cada empreendimento.


5) Marketing e vendas cooperados

Com a estratégia de brand safety definida pela associação, é possível compartilhar recursos de mídia, conteúdo e sistemas de CRM, dando tração a campanhas contínuas (“always on”, no termo em inglês) voltadas a diferentes segmentos, como viagens a lazer, eventos corporativos (MICE) e com foco em atrair hóspedes de destinos específicos até o hotel. Essa abordagem gera leads mais qualificados, reduz o custo de aquisição de clientes (CAC) e beneficia o fluxo de caixa, incrementando a taxa de ocupação mesmo em períodos de baixa temporada.


6) Estoque e perdas sob controle

A gestão do estoque precisa ser impecável e ter processos desenhados com clareza, pois se trata de uma área essencial para o êxito do negócio – seja em um hotel independente, seja em um empreendimento que pertença a uma rede já consolidada | Crédito: Freepik
A gestão do estoque precisa ser impecável e ter processos desenhados com clareza, pois se trata de uma área essencial para o êxito do negócio – seja em um hotel independente, seja em um empreendimento que pertença a uma rede já consolidada | Crédito: Freepik

Ao adotar procedimentos comuns e relativamente simples – como definição de estoque mínimo e de segurança, gestão atenta de inventário e acompanhamento do giro de produtos por categoria, por exemplo –, o hotel independente desvia de uma série de dores de cabeça, sobretudo no que se refere a itens avariados e/ou extrapolando o prazo de validade. De uma forma ou de outra, isso quer dizer dinheiro parado nas prateleiras. Quando existe uma associação por trás, incentivando a padronização de processos e práticas (especialmente com a área de procurement, neste caso), a rentabilidade agradece e o estoque se mantém alinhado à demanda real.


Em síntese, o associativismo transforma “vizinhos de mercado” em coalizão de eficiência. Quando compras, tecnologia e pessoas avançam juntas, o hotel independente vê seus custos caírem, a margem ganhar fôlego e a fidelização se concretizar. É gestão com alma de hospitalidade: competitiva na planilha, humana na entrega – e sustentável no tempo.


Gostou? Tem muito mais informação esperando por você

Agora a gente quer saber: você chegou a este post porque estava pesquisando por algo específico ou já é um leitor fiel do Portal do Hoteleiro? Caso este conteúdo tenha sido útil, pode ser interessante saber que nós temos uma área restrita repleta de insights e materiais exclusivos sobre o setor. Para garantir seu acesso, clique aqui e torne-se um assinante. É grátis! Além de mais conteúdo, você ganha descontos especiais em diversos cursos da Escola para Resultados, instituição nacional que é referência em capacitações para a hotelaria.


 
 
 
  • 12 de out.
  • 2 min de leitura
ree

Por Luiz Henrique Miranda


Peregrinação e romaria caminham lado a lado, mas não são sinônimos. Peregrinação é o ato de partir — muitas vezes sozinho ou em pequenos grupos — rumo a um lugar de sentido espiritual, em busca de promessa, penitência, agradecimento, cura, autoconhecimento. É o caminho interior que se faz com os pés.


Romaria, por sua vez, é a peregrinação em comunidade: datas fixas, propósito de vida, estandartes, cantos, rezas, organização coletiva. Se a peregrinação tem tom introspectivo, a romaria é festa de fé: rito, encontro, pertença. As duas compartilham três colunas: deslocamento, propósito e hospitalidade — a rede de acolhida que faz do caminho parte do sagrado.

Hoje, 12 de outubro, Aparecida pulsa. A Padroeira do Brasil, mulher negra na iconografia católica, resplandece em dourado no Santuário cheio; metáfora perfeita da brasilidade que mistura devoção popular, arte e símbolo.


Não chegamos aqui do nada: nossa tradição de “santidades” atravessa Nhá Chica — a beata mineira que transformou fé em serviço — e ecoa na figura arquetípica da preta-velha de nossas matrizes afro e espíritas, conselheira, curadora, guardiã de memórias. No mesmo altar cívico, Chico Mendes virou emblema ético de floresta e dignidade — referência para gerações de A a Z (a despeito dos conservadorismos de direita ou de esquerda). Próximo, nas as dimensões da grandiosidade, uma coluna de muiraquitãs.


Peregrinar também é cuidar do corpo e do território.

Por isso, recomendo caminhadas e cicloviagens de fé que unam espiritualidade, lazer e bem-estar, conectando-se aos ODS: saúde e bem-estar; trabalho e renda local; cidades e comunidades sustentáveis; ação climática. É uma força global em marcha — e o Brasil, que figura entre os países com maiores recursos naturais e culturais segundo índices internacionais, tem a chance de mostrar ao mundo, na próxima COP sediada aqui, que devoção pode virar compromisso com biomas e pessoas.


Se ainda nos ronda o “complexo de vira-lata”, é porque muitas vezes subestimamos nossa própria potência: organizamos pouco, medimos pouco, contamos mal nossas vitórias. Peregrinação e romaria lembram o contrário: quando propósito, beleza e comunidade se alinham, o caminho vira obra. Que Aparecida nos inspire a transformar fé em estrada, estrada em cuidado e cuidado em futuro — com passos firmes, juntos.


*Luiz Henrique Arruda Miranda é Comunicador Social e CEO da Agência Amigo – Comunicação Integrada, publisher do portaldohoteleiro.com.br; das revistas Skål São Paulo, Visite Guarujá e diretor de Comunicação e Marketing da Skål Internacional Brasil.

 

 
 
 
bottom of page