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O conceito de bem-estar, amplamente disseminado pelas nações nórdicas, nos ensina a valorizar pilares como saúde, amizade, longevidade e felicidade – valores que também permeiam o espírito do movimento Skål. No entanto, quando comparamos esse ideal de bem-estar com a realidade de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil, observamos discrepâncias profundas que desafiam a realização plena desses princípios.


Realidades Distintas: Saúde e Longevidade

Segundo dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as nações nórdicas, como Noruega, Suécia e Dinamarca, figuram consistentemente entre as mais desenvolvidas, com indicadores elevados de saúde pública, longevidade e qualidade de vida. Em contrapartida, países em desenvolvimento enfrentam barreiras estruturais para garantir esses mesmos benefícios às suas populações. No Brasil, a expectativa de vida é de aproximadamente 76 anos, enquanto na Noruega ultrapassa os 82 anos.


Além disso, o acesso universal a um sistema de saúde de qualidade é um dos pilares do bem-estar nos países nórdicos. No Brasil, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça cobertura nacional, ele sofre com subfinanciamento, desigualdade no atendimento e deficiências que afetam as populações mais vulneráveis. A falta de acesso pleno à saúde de qualidade em países em desenvolvimento é um dos fatores que impede a realização dos valores defendidos pelo Skål em sua plenitude.


Amizade entre Nações: A Fratura da Cooperação Global

O princípio da "amizade" entre nações também é colocado à prova. Embora as nações desenvolvidas ofereçam assistência internacional e ajudas pontuais, os países em desenvolvimento muitas vezes encontram obstáculos no que concerne à cooperação global efetiva. Programas de ajuda financeira frequentemente vêm atrelados a interesses econômicos ou políticos, prejudicando a construção de uma verdadeira parceria equitativa. Esse distanciamento entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento resulta em uma perpetuação das desigualdades sociais e econômicas.

 

A Felicidade no Brasil: Um Paradoxo Social?

Entretanto, quando falamos de felicidade, nos deparamos com um fenômeno mais complexo. O Relatório Mundial da Felicidade 2023 revela que as nações nórdicas continuam liderando os rankings de felicidade, com suas políticas sociais inclusivas, economias estáveis e altos níveis de confiança institucional. No Brasil, apesar das dificuldades e da precariedade no atendimento básico à população, especialmente em comunidades carentes, encontramos exemplos de indivíduos e famílias que reportam níveis elevados de felicidade. Como é possível?

Estudos sociológicos e antropológicos revelam que a felicidade é subjetiva e está atrelada a valores culturais e expectativas individuais. Em muitas comunidades brasileiras, a forte rede de apoio familiar e comunitária é um fator determinante para que as pessoas se sintam felizes, mesmo em condições de vida adversas. A visão de mundo, muitas vezes ancorada na alienação e na sobrevivência diária, pode, paradoxalmente, ser um refúgio emocional diante da falta de direitos plenos e oportunidades.

 

A Transformação Necessária

Para que o Brasil – e outras nações em desenvolvimento – alcancem um patamar de maior justiça social e dignidade, é preciso agir em múltiplas frentes. O processo de conscientização sobre os direitos humanos é um dos primeiros passos. A elevação da autoestima coletiva e a percepção da dignidade humana são fundamentais para que a população reconheça seu valor e se mobilize por melhorias.


A realidade demográfica brasileira, revelada pelo último Censo, aponta para um processo de envelhecimento populacional, o que abre uma janela de oportunidade para debates sobre cidadania e maturidade. Um país com uma população mais envelhecida pode, e deve, valorizar suas conquistas em direitos sociais e trabalhar para ampliá-los. Se os próximos anos forem marcados por políticas públicas que promovam educação, saúde e equidade, o Brasil poderá transformar as estruturas que perpetuam as desigualdades.

 

Conclusão

O caminho para transformar a realidade da maioria dos seres humanos no planeta não é simples, mas é possível. É fundamental promover a consciência de direitos, fortalecer políticas públicas e fomentar a cooperação internacional real e eficaz. O Brasil tem a oportunidade de trilhar esse caminho, aprendendo com as nações nórdicas, mas adaptando suas realidades aos contextos locais.

 

Se a felicidade é subjetiva, o bem-estar deve ser uma conquista concreta e acessível para todos. Acreditamos que, ao promover saúde, amizade, longevidade e uma verdadeira cidadania, poderemos alcançar a prosperidade almejada.

 

*Por Luiz Henrique Arruda Miranda é Comunicador Social e Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Mundial dos Profissionais de Viagens, Turismo e Eventos – Skål Internacional São Paulo.

 

Fontes:

 

1.      PNUD - Relatório do Desenvolvimento Humano: https://hdr.undp.org/

2.      Relatório da OMS sobre expectativa de vida: https://www.who.int/

3.      World Happiness Report 2023: https://worldhappiness.report/

 

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Foto: Obra de Luigi Di Mauro sem nome retrata comportamento contemporâneo (2008)


Pela janela, quem é ela? 

Eu vejo tudo enquadrado, 

A cidade grita apressada, 

Mas há silêncio do outro lado. 

O olhar perdido, quase vago, 

No horizonte cinza, espelhado, 

E o mundo que passa lá fora 

Parece pedir: venha agora.

 

Será que é o fim do que eu conheço, 

Ou o começo do que preciso ver? 

No eco da ONU, eu me enlaço, 

O turismo, um abraço, um renascer.

 

Na busca do que é ser humano, 

A liberdade em cada plano, 

Cidadania como um porto, 

Organiza sonhos soltos. 

A vida teima em ser presente, 

Mesmo onde o "eu" é tão premente, 

E o futuro exige um passo, 

Do individual, o humano abraço.

 

Será que é o fim do que eu conheço,  

Ou o começo do que preciso ver? 

No eco da ONU, eu me enlaço, 

O turismo, um abraço, um renascer.

 

Direitos são caminhos largos, 

Trilhas para todos nós. 

Superamos o individualismo, 

Na dignidade de uma só voz.

 

Esses versos buscam capturar a dualidade entre o individualismo exacerbado e a necessidade de uma consciência coletiva, onde o turismo, sob a égide da ONU, atua como instrumento para a construção de uma cidadania global. A linguagem reflexiva e pretensamente poética é inspirada no estilo de Adriana Calcanhotto, evocando a metáfora de "ver pela janela" como uma forma de contemplar o mundo e as transformações necessárias para superar desafios individuais em prol de uma visão coletiva, organizada com base nos direitos humanos e em dignidade a todos os seres.

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Press Trip em Guarujá reúne qualificados jornalistas especializados em turismo e eventos


No mundo do turismo, especialmente em destinos concorridos como o Guarujá, um dos maiores desafios é alinhar os interesses de todos os envolvidos – desde empreendimentos hoteleiros até as pequenas iniciativas de turismo local. Para alcançar o sucesso coletivo, é essencial colocar o destino em primeiro foco e agir de maneira solidária junto aos competidores. A cooperação entre os empreendimentos não só potencializa o sucesso individual, mas também fortalece a imagem e a atratividade do destino como um todo.


Essa visão foi claramente refletida nos resultados do Encontro dos Embaixadores do Turismo Responsável em Guarujá, que formou sua primeira turma de embaixadores, como amplamente divulgado na imprensa. A formação dessa equipe é um exemplo prático de como a cooperação e a solidariedade entre competidores resultam em benefícios mútuos. Esses encontros não apenas qualificaram os profissionais envolvidos, mas também os motivaram a interagir, dialogar e alinhar suas narrativas em torno de um objetivo comum: promover um turismo mais sustentável e responsável para o destino.


Quando falamos sobre formação no setor de turismo, não basta apenas capacitar tecnicamente. É necessário motivar, inspirar, e, acima de tudo, promover a interação contínua entre os diversos agentes do setor. Diálogo é a chave para alinhar as estratégias, e o sucesso do destino está diretamente ligado à qualidade das relações que estabelecemos ao longo do caminho. Ao alinhar a narrativa de todos, construímos um destino mais coerente e atraente, o que reflete em ganhos para todos os envolvidos.


É aí que a atitude se torna crucial. A teoria e a formação técnica são fundamentais, mas é a atitude que gera resultados, na prática. Os Embaixadores do Turismo Responsável em Guarujá são a prova viva de que, quando há cooperação e uma visão compartilhada, os resultados superam as expectativas. Essas ações trazem visibilidade ao destino, como ficou evidente com o lançamento do 1º Censo Hoteleiro do Guarujá, outro marco para o setor.


Em tempos de competição acirrada entre destinos, entender que o sucesso está na cooperação e não na rivalidade é o primeiro passo para criar um ambiente turístico vibrante e sustentável



Embaixadores na Prática exibem certificado de formação em defesa do bem receber bem


Promover esse espírito de colaboração é o que permitirá que destinos como o Guarujá continuem a prosperar, atraindo não apenas turistas, mas também novas oportunidades de negócios e desenvolvimento para a comunidade local.


Em resumo, o verdadeiro valor do turismo responsável está em colocar o bem coletivo acima do individual. Através de iniciativas como a dos Embaixadores do Turismo Responsável, criamos um ciclo virtuoso que beneficia toda a cadeia de valor do turismo. O caminho está claro: unir forças, motivar, dialogar e, acima de tudo, agir. Porque no turismo, é a ação que gera resultados duradouros.


*Por Luiz Henrique Arruda Miranda, Comunicador Social

 

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