- 15 de mai.
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*Por Luiz Henrique de Arruda e Miranda
A teoria de Karl Marx sobre a mais-valia exerceu e ainda exerce enorme influência no debate político e econômico global. Sua denúncia sobre a apropriação indevida do valor gerado pelo trabalho, e seu apelo por justiça social, são motivações legítimas. No entanto, há um erro conceitual de base que precisa ser discutido: a ideia de que a mais-valia estaria contida na mercadoria e apropriada pelo capitalista, como se o objeto fosse em si o símbolo da exploração.
Ao propor a luta de classes como motor da transformação histórica rumo ao socialismo, o marxismo termina por aprisionar o trabalhador em um antagonismo absoluto e pouco produtivo. Ignora que, na vida real, ninguém produz nada sozinho — e que toda atividade produtiva depende de redes de apoio, de trocas colaborativas e da integração entre diferentes agentes.
O valor agregado ao produto pelo trabalhador não desaparece. Ele se expande à medida que o trabalho é distribuído em redes que geram efeitos multiplicadores: emprego, impostos, inovação, qualidade de vida. A mais-valia, então, não está no preço da mercadoria, mas na prosperidade gerada quando o excedente é revertido ao bem comum. Quando há justiça na circulação de valor, não há espoliação — há cooperação.
Marx acertou ao colocar a justiça social no centro do debate. Mas errou ao localizar o problema exclusivamente na mercadoria e na figura do capitalista. É hora de superarmos esse fetiche e reconhecermos o papel transformador da interdependência produtiva como fundamento para uma sociedade mais justa, sem anular o mérito, a criatividade e a responsabilidade compartilhada.
*Luiz Henrique Arruda Miranda é Comunicador Social e CEO da Agência Amigo – Comunicação Integrada, skalega, publisher do portaldohoteleiro.com.br, da Revista Visite Guarujá e diretor de Comunicação e Marketing da Skål Internacional São Paulo